·        Teorias sobre a Aprendizagem

Existem diversos conceitos sobre a aprendizagem. Basicamente, aprender é adquirir conhecimento, habilidades, valores, experiência em algo, mas esse processo pode ser definido de muitas formas, mesmo dentro da Psicologia. 

Para a Psicologia Comportamental, por exemplo, aprendizado é uma mudança significativa no comportamento do indivíduo.O Behaviorismo, ou Psicologia Comportamental, é uma área que estuda o comportamento humano observável. Para o behaviorismo, o aprendizado é medido pelas mudanças comportamentais verificáveis e não está restrito à espécie humana. 

Descreveremos a seguir dois autores importantes para entendermos como essa área da Psicologia explica o aprendizado: Ivan Pavlov, que desenvolveu a Teoria do Condicionamento Respondente, e B.F. Skinner, que desenvolveu a Teoria do Condicionamento Operante, ambas teorias importantes para a Educação (MOREIRA, 2011). 

Convém entender dois conceitos importantes:

  • Comportamentos Reflexos ou Respondentes: são comportamentos inatos, ou seja, nascemos sabendo como fazer, por exemplo: piscar, salivar, deglutir, chorar, sorrir. Esses comportamentos são involuntários (a gente não controla), são comuns a todos na espécie e não variam de pessoa para pessoa (todos piscamos da mesma forma, por exemplo). Pavlov desenvolveu a teoria do Condicionamento Respondente, como vemos abaixo;

 Fonte: http://behavioristaemacao.blogspot.com/2013/01/a-extincao.html
  • Comportamentos Operantes ou Aprendidos: são os comportamentos que precisamos aprender, por exemplo: andar, falar, dançar, digitar. Eles são controláveis (decidimos quando começam e terminam), variam de pessoa para pessoa e nem todos aprendem. 

No reforço positivo (positivo no sentido de aumentar a chance de ocorrer o operante), o comportamento tende a aumentar ou se intensificar com o estímulo apresentado. Por exemplo, quando elogiamos alguém que está dançando, essa pessoa tende a se motivar e continuar a dançar. No reforço negativo, por outro lado, o estímulo tende a diminuir ou extinguir o comportamento. É o Condicionamento Operante, no qual reforçamos ou extinguimos comportamentos através de estímulos (MOREIRA, 2011). 

Veja o esquema abaixo:

 Fonte: PsicoEdu

·         A Aprendizagem Significativa

Para o psicólogo americano David Ausubel, a aprendizagem deve fazer sentido para quem aprende. O conteúdo ensinado deve ter alguma relação com a realidade do aluno e também com o que este aprendeu. O ensino deve enfocar a formação de novos conceitos, quando as crianças ainda estão na Educação Infantil, utilizando organizadores prévios, temas introdutórios para familiarizar a criança com o novo conceito.

Esses organizadores irão captar o interesse da criança para o assunto que será abordado pelo professor. A aprendizagem, então, é construída conteúdo após conteúdo, sempre os relacionando entre si e com o que a criança já conhece, tudo deve fazer sentido. Para se alcançar esse sentido, o material didático deve ser significativo para o aluno, e este, deve manter o foco na aprendizagem, manter o interesse. A avaliação deve ser feita propondo atividades práticas e resolução de problemas (MOREIRA, 2011).

Assim, a teoria da aprendizagem significativa dá ao aprendizado escolar uma razão de ser que não tem sido encontrada atualmente. As novas gerações de educandos obtêm informações que lhes interessam de modo rápido, nos dispositivos móveis e acabam não tendo motivação para aprender pelo método tradicional. É uma geração acostumada a conhecer uma grande quantidade de temas, mas de modo superficial.

Essa teoria é atual e precisa ser adotada nas escolas, que muitas ainda tentam promover o aprendizado com métodos ultrapassados, ensinando de uma forma que não tem sentido algum para seus alunos. Uma opção seria se utilizar desses temas que interessam aos alunos e usar o tempo na escola para aprofundá-los, conectando-os com os saberes acadêmicos, e assim, mantendo a atenção e interesse dos alunos no aprendizado escolar.

É preciso levar em conta o conhecimento prévio, a cultura, a bagagem cognitiva que a criança traz para a escola. Ao ressaltar a importância da história do indivíduo e a do professor como mediador, Ausubel se aproxima da teoria de Vygotsky; ambos reforçam que o conteúdo ensinado na escola deve ter valor social e significado para o aluno (MOREIRA, 2011).

·         Teoria Sócio-Histórica e o Desenvolvimento Social

Dentro do desenvolvimento social, a teoria mais utilizada nos estudos educacionais é a desenvolvida pelos psicólogos russos fundadores da Psicologia Sócio-Histórica, ou Histórico-Social. Esses psicólogos são: Lev Semenovich Vygotsky, Alexei Nicolaievich Leontiev e Alexander Romanovich Luria. Vygotsky e seus colegas estudavam as funções psicológicas superiores e o aprendizado humano, unindo a psicologia com análises culturais, históricas e relacionando com o materialismo dialético, ou seja, fortemente influenciados pelas teorias de Karl Marx e Friedrich Engels.

O aluno é um ser histórico, ele não chega à escola como uma folha de papel em branco, ao contrário, traz muita bagagem e conteúdo, construídos com sua família, sua comunidade e com a sociedade em que vive. O professor precisa analisar esse conteúdo antes de iniciar qualquer processo de ensino. Vygotsky afirma que o professor precisa considerar três níveis de aprendizado do aluno (VYGOTSKY, 2002):

  • Zona de Desenvolvimento Real: caracterizada pelo conteúdo que o aluno já aprendeu; 
  • Zona de Desenvolvimento Potencial: é o conteúdo que o aluno tem potencial para aprender, conteúdo previsto; 
  • Zona de Desenvolvimento Proximal: é formada pelos conteúdos elaborados pelo professor para levar o aluno do que ele já sabe para o que ele pode aprender.

O conteúdo escolar deve estar sempre relacionado ao contexto da escola e do aluno, caso contrário, não fará sentido. O contexto também servirá para troca de experiências, informações e dúvidas, pois para Vygotsky, não há aprendizado sem interação social. Nessa teoria de aprendizagem, então, a escola deve estar sempre atenta ao desenvolvimento da linguagem, do diálogo, da comunicação, para promover a troca de experiências, de vivências, sempre estimulando a socialização e a integração entre os alunos.


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